13/12: plantão de dúvidas sobre o trabalho final
18/12: aula sobre os contos "O telhado e o violonista" de Cíntia Moscovich e "Caçador de vidro" de João Anzanello Carrascoza
20/12: última aula e entrega do trabalho final
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
SOBRE O TRABALHO FINAL
O trabalho final de aproveitamento, a ser entregue até o dia 20/12, consiste numa monografia 1. sobre temática ou 2. sobre autor abordado ao longo do curso. Uma terceira possibilidade é a análise minuciosa de um conto dentro das opções indicadas abaixo.
Na opção por um tema, você não precisa tratar de todas as narrativas e autores indicados no programa do curso. A seleção dos autores e do recorte fica a seu critério.
Na opção por um autor, espera-se que você trate de um dos livros de contos desse autor indicados no programa do curso. Sua monografia pode concentrar-se na análise de um dos contos do volume, mas espera-se que você estabeleça conexões entre esse conto específico e o restante dos contos incluídos no volume.
Também é possível fazer a análise de um único conto. Nesse caso, como a bibliografia crítica geralmente é escassa, o desenvolvimento do trabalho dependerá basicamente de sua capacidade de analisar e interpretar o texto a partir de uma leitura detida e minuciosa.
O trabalho deve ser digitado (por favor, não entregue trabalho manuscrito) e deve ter em torno de 7 páginas (espaço duplo).
Seguem algumas opções:
1. OPÇÃO TEMÁTICA
1. Sobre malandros, cafajetes e marginais – (anti-) heróis e violência na literatura brasileira contemporânea
2. Imigração e literatura
3. O fantástico, o insólito e o absurdo
2. OPÇÃO POR AUTOR
João Antônio (Leão-de-chácara)
Dalton Trevisan (O vampiro de Curitiba ou Capitu sou eu)
Rubem Fonseca (Os prisioneiros ou Feliz Ano Novo)
Sérgio Sant’Anna (O monstro)
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
Murilo Rubião (O pirotécnico Zacarias)
J. J. Veiga (Os cavalinhos de Platiplanto)
Modesto Carone (Resumo de Ana)
3. OPÇÃO PELA ANÁLISE DE UM CONTO
1. “Menina a caminho”, de Raduan Nassar.
2. “Paulinho perna torta”, de João Antônio
3. “Sexo” de André Sant’Anna
4. “O telhado e o violinista”, de Cíntia Moscovich
5. “Aberração”, de Bernardo Carvalho
6. “Caçador de Vidro”, de João Carrascoza
Na opção por um tema, você não precisa tratar de todas as narrativas e autores indicados no programa do curso. A seleção dos autores e do recorte fica a seu critério.
Na opção por um autor, espera-se que você trate de um dos livros de contos desse autor indicados no programa do curso. Sua monografia pode concentrar-se na análise de um dos contos do volume, mas espera-se que você estabeleça conexões entre esse conto específico e o restante dos contos incluídos no volume.
Também é possível fazer a análise de um único conto. Nesse caso, como a bibliografia crítica geralmente é escassa, o desenvolvimento do trabalho dependerá basicamente de sua capacidade de analisar e interpretar o texto a partir de uma leitura detida e minuciosa.
O trabalho deve ser digitado (por favor, não entregue trabalho manuscrito) e deve ter em torno de 7 páginas (espaço duplo).
Seguem algumas opções:
1. OPÇÃO TEMÁTICA
1. Sobre malandros, cafajetes e marginais – (anti-) heróis e violência na literatura brasileira contemporânea
2. Imigração e literatura
3. O fantástico, o insólito e o absurdo
2. OPÇÃO POR AUTOR
João Antônio (Leão-de-chácara)
Dalton Trevisan (O vampiro de Curitiba ou Capitu sou eu)
Rubem Fonseca (Os prisioneiros ou Feliz Ano Novo)
Sérgio Sant’Anna (O monstro)
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
Murilo Rubião (O pirotécnico Zacarias)
J. J. Veiga (Os cavalinhos de Platiplanto)
Modesto Carone (Resumo de Ana)
3. OPÇÃO PELA ANÁLISE DE UM CONTO
1. “Menina a caminho”, de Raduan Nassar.
2. “Paulinho perna torta”, de João Antônio
3. “Sexo” de André Sant’Anna
4. “O telhado e o violinista”, de Cíntia Moscovich
5. “Aberração”, de Bernardo Carvalho
6. “Caçador de Vidro”, de João Carrascoza
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Bibliografia sobre Raduan Nassar
PERRONE-MOISÉS, L. "Da cólera ao silêncio", in: Cadernos de Literatura Brasileira, Instituto Moreira Salles, no. 2 - set. 1996, 3a. reimpressão, nov. 2001.
RODRIGUES, A. L. Ritos de paixão em Lavoura Arcaica. SP: EDUSP, 2006.
_____________ "A casca e a gema: reunião. O anseio pelo absoluto em Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar". Literatura e Sociedade. SP: USP/FFLCH/DTLLC, n. 1 (1996).
RODRIGUES, A. L. Ritos de paixão em Lavoura Arcaica. SP: EDUSP, 2006.
_____________ "A casca e a gema: reunião. O anseio pelo absoluto em Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar". Literatura e Sociedade. SP: USP/FFLCH/DTLLC, n. 1 (1996).
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Bibliografia complementar
SOBRE JOÃO ANTÔNIO
LACERDA, Rodrigo. João Antônio: uma biografia literária. Tese de Doutorado. Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, USP, 2006.
Revista Remate de Males, n. 19, Unicamp, Campinas, 1999.
Trata-se de número inteiramente dedicado ao escritor, com artigos, ensaios e depoimentos de Antonio Candido, Fábio Lucas, Flávio Aguiar, Vilma Arêas, Antonio Arnoni Prado, entre outros.
SOBRE DALTON TREVISAN
WALDMAN, Berta. Do Vampiro ao Cafajeste. Editora da Unicamp/ Editora Hucitec, 1989.
SOBRE RUBEM FONSECA
LAFETÁ, João Luiz. “Rubem Fonseca, do lirismo à violência”. In: _____ A dimensão da noite. Org. Antonio Arnoni Prado. São Paulo: Duas cidades, Ed. 34, 2004, pp. 372-393.
MARTÍNEZ, Tomás Eloy. “A sinfonia do mal”. Introdução a 64 contos de Rubem Fonseca. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, pp. 9-14.
SANTIAGO, Silviano. “Errata”. In: _____ Vale quanto pesa (ensaios sobre questões político-culturais). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, pp. 57-63.
VIDAL, Ariovaldo José. Roteiro para um narrador – uma leitura dos contos de Rubem Fonseca. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.
SOBRE SÉRGIO SANT’ANNA
SANTIAGO, Silviano. “O caminho circular da ficção”. In: ____ Uma literatura nos trópicos, 2ª. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, pp. 176-187.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Trecho de "Na noite enxovalhada", Antonio Candido
“Uma das coisas mais importantes da ficção literária é a possibilidade de ‘dar voz’, de mostrar em pé de igualdade os indivíduos de todas as classes e grupos, permitindo aos excluídos exprimirem o teor da sua humanidade, que de outro modo não poderia ser verificada. Isso é possível quando o escritor, como João Antônio, sabe esposar a intimidade, a essência daqueles que a sociedade marginaliza, pois ele faz com que existam, acima da sua triste realidade. Nos contos deste livro, mas sobretudo nos finais, ele é um verdadeiro descobridor, ao desvendar o drama dos deserdados que fervilham no submundo; dos que vivem das lambujens da vida e ele traz com a força da sua arte ao nível da nossa consciência, isto é, a consciência dos que estão do lado favorável, o lado dos que excluem. Sob este aspecto, João Antônio faz para as esferas malditas da sociedade urbana o que Guimarães Rosa fez para o mundo do sertão, isto é, elabora uma linguagem que parece brotar espontaneamente do meio em que é usada, mas na verdade se torna língua geral dos homens, por ser fruto de um estilização eficiente.” ‘(Antonio Candido, “Na noite enxovalhada”).
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
CRONOGRAMA ATUALIZADO
18/10 - JOÃO ANTONIO – “Paulinho perna torta”
23/10 - JOÃO ANTONIO – “Paulinho perna torta”
DALTON TREVISAN - “A noite da paixão”
25/10 - DALTON TREVISAN - “Capitu sou eu”
30/10 – RUBEM FONSECA - “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”
01/11 - RUBEM FONSECA – “Gazela”
06/11 – SÉRGIO SANT’ANNA - “O monstro”
08/11 - SÉRGIO SANT’ANNA – idem
Contraponto: NELSON RODRIGUES, “O monstro"
13/11 – RADUAN NASSAR, “Menina a Caminho”
15/11 – feriado
20/11 – feriado
22/11– RADUAN NASSAR – Lavoura Arcaica
24/11 (sábado) –Atividade – Exibição do filme Lavoura Arcaica
27/11 – MURILO RUBIÃO – “O pirotécnico Zacarias”
29/11 – JOSÉ J. VEIGA – “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”
04/12 – MODESTO CARONE - “Resumo de Ana”
06/12 – MODESTO CARONE – idem
08/12 (sábado) – 10h - Conversa com o crítico Manuel Costa Pinto
11/12 – BERNARDO CARVALHO – “Aberração”
13/12 – CINTIA MOSCOVICH – “O telhado e o violonista”
15/12 (sábado) – 10h - Conversa com o escritor Bernardo Carvalho
18/12 – ANDRÉ SANT’ANNA – Sexo
20/12 – JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA – “Caçador de vidro” (1994)
23/10 - JOÃO ANTONIO – “Paulinho perna torta”
DALTON TREVISAN - “A noite da paixão”
25/10 - DALTON TREVISAN - “Capitu sou eu”
30/10 – RUBEM FONSECA - “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”
01/11 - RUBEM FONSECA – “Gazela”
06/11 – SÉRGIO SANT’ANNA - “O monstro”
08/11 - SÉRGIO SANT’ANNA – idem
Contraponto: NELSON RODRIGUES, “O monstro"
13/11 – RADUAN NASSAR, “Menina a Caminho”
15/11 – feriado
20/11 – feriado
22/11– RADUAN NASSAR – Lavoura Arcaica
24/11 (sábado) –Atividade – Exibição do filme Lavoura Arcaica
27/11 – MURILO RUBIÃO – “O pirotécnico Zacarias”
29/11 – JOSÉ J. VEIGA – “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”
04/12 – MODESTO CARONE - “Resumo de Ana”
06/12 – MODESTO CARONE – idem
08/12 (sábado) – 10h - Conversa com o crítico Manuel Costa Pinto
11/12 – BERNARDO CARVALHO – “Aberração”
13/12 – CINTIA MOSCOVICH – “O telhado e o violonista”
15/12 (sábado) – 10h - Conversa com o escritor Bernardo Carvalho
18/12 – ANDRÉ SANT’ANNA – Sexo
20/12 – JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA – “Caçador de vidro” (1994)
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
SOBRE GUIMARÃES ROSA E CLARICE LISPECTOR
“O jogo da linguagem [...] segue precisamente, em Clarice Lispector, uma direção oposta ao de Guimarães Rosa. Guimarães Rosa, ao contrário de Clarice Lispector, apresenta um estilo de acréscimo: palavras novas, riqueza semântica, exploração dos veios arcaicos da língua, invenção de modalidades sintáticas etc. Assim o exigem a diversidade humana, a pletora do mundo, a generosidade da Natureza, a exaltação da realidade sensível no romancista de Grande Sertão: Veredas. Místico também, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa alcança a transcendência através da afirmação do mundo, com todas as suas pompas, com todas as suas contradições, religiosas, metafísicas e éticas. A realidade, no contexto da obra de Guimarães Rosa, é um vir-a-ser contínuo, e Deus, o manso impulso que, passando pelo homem, no homem se renova.
Em Clarice Lispector, a transcendência assemelha-se mais a uma trans-descendência. É uma espécie de mergulho nas potências obscuras da vida, através da negação do mundo, das relações humanas, da ética. Na sua visão da realidade, o Ser e o Nada se identificam. A mensagem de G.H., no fim de seu calvário, compreendendo que a existência em si é não-humana, e que toda linguagem tem no silêncio a sua origem e o seu fim, é, no que diz respeito à caracterização do mundo imaginário de Lispector, verdadeiramente exemplar.
Clarice Lispector expôs-se, no seu A Paixão Segundo G.H., ao risco de optar pelo silêncio. Lançou um desafio supremo a si mesma: jogou com a linguagem para captar o mundo pré-lingüístico. E teve que admitir, no final, o fracasso de seu empreendimento. Mas foi um fracasso significativo, que acarretou para a autora a mais surpreendente vitória. Essa vitória, registrada nas últimas páginas do relato de G.H., traduz o reconhecimento da miséria e do esplendor da linguagem, de sua falência e de sua essencialidade. “A realidade é a matéria-prima, a linguagem é o modo como vou buscá-la – e como não acho. Mas é do buscar e não achar que nasce o que eu não conhecia, e que instantaneamente reconheço. A linguagem é o meu esforço humano. Por destino tenho que ir buscar e por destino volto com as mãos vazias. Mas volto com o indizível. O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem. Só quando falha a construção, é que obtenho o que ela não conseguiu.” (A Paixão Segundo G.H., p. 178)” [NUNES, Benedito. O dorso do tigre. São Paulo: Perspectiva, 1969, pp. 138-9]
“Quem no Brasil poderia ser melhor aproximado dela [Clarice Lispector] é Guimarães Rosa, também receptáculo de epifanias, como confessa nos quatro prefácios de Tutaméia. No entanto, diferindo de Clarice, apesar do largo espaço que cede ao tema do mistério e do inexplicável, executa um trabalho de linguagem na linguagem, levando a pesquisa vocabular e estilística a extremos pouco vistos dentro e fora de nossa literatura, enquanto Clarice [...] insiste na ‘naturalidade’ de sua escritura.” (SANT’ANNA, Affonso Romano de. “Laços de família e Legião estrangeira”. In: _____ Análise estrutural de romances brasileiros. 4ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 186.)
“[...] Clarice mostrava que a realidade social ou pessoal (que fornece o tema), e o instrumento verbal (que institui a linguagem) se justificam antes de mais nada pelo fato de produzirem uma realidade própria, com a sua inteligibilidade específica. Não se trata mais de ver o texto como algo que se esgota ao conduzir a este ou aquele aspecto do mundo ou do ser; mas de lhe pedir que crie para nós o mundo, ou um mundo que existe e atua na medida em que é discurso literário. Este fato é requisito em qualquer obra, obviamente; mas se o autor assume maior consciência dele, mudam as maneiras de escrever”.
(CANDIDO, Antonio. “A nova narrativa”. In: ________, A educação pela noite & outros ensaios. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 206.)
Em Clarice Lispector, a transcendência assemelha-se mais a uma trans-descendência. É uma espécie de mergulho nas potências obscuras da vida, através da negação do mundo, das relações humanas, da ética. Na sua visão da realidade, o Ser e o Nada se identificam. A mensagem de G.H., no fim de seu calvário, compreendendo que a existência em si é não-humana, e que toda linguagem tem no silêncio a sua origem e o seu fim, é, no que diz respeito à caracterização do mundo imaginário de Lispector, verdadeiramente exemplar.
Clarice Lispector expôs-se, no seu A Paixão Segundo G.H., ao risco de optar pelo silêncio. Lançou um desafio supremo a si mesma: jogou com a linguagem para captar o mundo pré-lingüístico. E teve que admitir, no final, o fracasso de seu empreendimento. Mas foi um fracasso significativo, que acarretou para a autora a mais surpreendente vitória. Essa vitória, registrada nas últimas páginas do relato de G.H., traduz o reconhecimento da miséria e do esplendor da linguagem, de sua falência e de sua essencialidade. “A realidade é a matéria-prima, a linguagem é o modo como vou buscá-la – e como não acho. Mas é do buscar e não achar que nasce o que eu não conhecia, e que instantaneamente reconheço. A linguagem é o meu esforço humano. Por destino tenho que ir buscar e por destino volto com as mãos vazias. Mas volto com o indizível. O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem. Só quando falha a construção, é que obtenho o que ela não conseguiu.” (A Paixão Segundo G.H., p. 178)” [NUNES, Benedito. O dorso do tigre. São Paulo: Perspectiva, 1969, pp. 138-9]
“Quem no Brasil poderia ser melhor aproximado dela [Clarice Lispector] é Guimarães Rosa, também receptáculo de epifanias, como confessa nos quatro prefácios de Tutaméia. No entanto, diferindo de Clarice, apesar do largo espaço que cede ao tema do mistério e do inexplicável, executa um trabalho de linguagem na linguagem, levando a pesquisa vocabular e estilística a extremos pouco vistos dentro e fora de nossa literatura, enquanto Clarice [...] insiste na ‘naturalidade’ de sua escritura.” (SANT’ANNA, Affonso Romano de. “Laços de família e Legião estrangeira”. In: _____ Análise estrutural de romances brasileiros. 4ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 186.)
“[...] Clarice mostrava que a realidade social ou pessoal (que fornece o tema), e o instrumento verbal (que institui a linguagem) se justificam antes de mais nada pelo fato de produzirem uma realidade própria, com a sua inteligibilidade específica. Não se trata mais de ver o texto como algo que se esgota ao conduzir a este ou aquele aspecto do mundo ou do ser; mas de lhe pedir que crie para nós o mundo, ou um mundo que existe e atua na medida em que é discurso literário. Este fato é requisito em qualquer obra, obviamente; mas se o autor assume maior consciência dele, mudam as maneiras de escrever”.
(CANDIDO, Antonio. “A nova narrativa”. In: ________, A educação pela noite & outros ensaios. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 206.)
terça-feira, 2 de outubro de 2007
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SOBRE CLARICE LISPECTOR
Estão listadas abaixo algumas publicações relativamente recentes sobre Clarice Lispector.
O livro de Berta Waldman (A paixão segundo C.L.) e o conjunto de ensaios publicado na série "Cadernos de Literatura Brasileira" do Instituto Moreira Salles oferecem uma boa introdução ao universo da escritora e às abordagens críticas sobre sua obra.
ARÊAS, Vilma. Clarice Lispector com a ponta dos dedos. São Paulo: Companhias das
Letras, 2005.
Cadernos de Literatura Brasileira – Clarice Lispector. São Paulo: Instituto Moreira
Salles, 2004. [Trata-se de obra geral sobre a escritora, contendo Iconografia,
Cronologia e Bibliografia bastante completa com obras da escritora e estudos
críticos sobre ela. O volume reúne vários ensaios, sobre vários aspectos da obra;
dentro eles destaco “Bestiário”, de Silviano Santiago; “Bichos e flores da
adversidade”, de Vilma Áreas; “No território das pulsões”, de Yudith
Rosenbaum; e “A narração desarvorada”, de Benedito Nunes.
Remate de Males, Revista do Departamento de Teoria Literária da Unicamp, n. 9.
Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, 1989. [Número sobre Clarice
Lispector, organizado por Vilma Arêas e Berta Waldman, com vários ensaios
sobre a escritora.]
SANT’ANA, Affonso Romano de. “Laços de família e Legião estrangeira”. In: _____
Análise estrutural de romances brasileiros. 4ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1977,
pp. 180-212.
WALDMAN, Berta. Clarice Lispector: a paixão segundo C.L. 2ª ed. rev. e ampl.
São Paulo: Escuta, 1992. [Livro introdutório, com um bom apanhado sobre a
vida e a obra da escritora, destacando temas e procedimentos narrativos
recorrentes.]
“A retórica do silêncio em Clarice Lispector”. In: _______ Entre passos e
rastros – presença judaica na literatura brasileira contemporânea. São Paulo:
Perspectiva, 2002. [Ensaio que aborda a questão da ausência, do irrepresentável
e do silêncio na obra da escritora, propondo conexões entre essas marcas da
escrita e o judaísmo.]
O livro de Berta Waldman (A paixão segundo C.L.) e o conjunto de ensaios publicado na série "Cadernos de Literatura Brasileira" do Instituto Moreira Salles oferecem uma boa introdução ao universo da escritora e às abordagens críticas sobre sua obra.
ARÊAS, Vilma. Clarice Lispector com a ponta dos dedos. São Paulo: Companhias das
Letras, 2005.
Cadernos de Literatura Brasileira – Clarice Lispector. São Paulo: Instituto Moreira
Salles, 2004. [Trata-se de obra geral sobre a escritora, contendo Iconografia,
Cronologia e Bibliografia bastante completa com obras da escritora e estudos
críticos sobre ela. O volume reúne vários ensaios, sobre vários aspectos da obra;
dentro eles destaco “Bestiário”, de Silviano Santiago; “Bichos e flores da
adversidade”, de Vilma Áreas; “No território das pulsões”, de Yudith
Rosenbaum; e “A narração desarvorada”, de Benedito Nunes.
Remate de Males, Revista do Departamento de Teoria Literária da Unicamp, n. 9.
Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, 1989. [Número sobre Clarice
Lispector, organizado por Vilma Arêas e Berta Waldman, com vários ensaios
sobre a escritora.]
SANT’ANA, Affonso Romano de. “Laços de família e Legião estrangeira”. In: _____
Análise estrutural de romances brasileiros. 4ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1977,
pp. 180-212.
WALDMAN, Berta. Clarice Lispector: a paixão segundo C.L. 2ª ed. rev. e ampl.
São Paulo: Escuta, 1992. [Livro introdutório, com um bom apanhado sobre a
vida e a obra da escritora, destacando temas e procedimentos narrativos
recorrentes.]
“A retórica do silêncio em Clarice Lispector”. In: _______ Entre passos e
rastros – presença judaica na literatura brasileira contemporânea. São Paulo:
Perspectiva, 2002. [Ensaio que aborda a questão da ausência, do irrepresentável
e do silêncio na obra da escritora, propondo conexões entre essas marcas da
escrita e o judaísmo.]
ENTREVISTA COM CLARICE LISPECTOR
Eis os links para a entrevista concedida pela escritora à TV Cultura em 1977.
Cada parte tem em torno de 9 minutos.
1ª parte (entrevista)
http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok
2ª parte (entrevista, com depoimento de Nádia Battella Gotlib)
http://www.youtube.com/watch?v=TvLrJMGlnF4&mode=related&search=
3ª parte (depoimentos de Nádia Battella Gotlib, Olga Borelli e leituras de Maria Bethânia)
http://www.youtube.com/watch?v=ZVwj3pHAi_s&mode=related&search=
4ª parte (sobre “A hora da estrela”)
http://www.youtube.com/watch?v=ptCJzf20rbY&mode=related&search=
5ª parte (parte final da entrevista)
http://www.youtube.com/watch?v=TbZriv5THpA&mode=related&search=
Cada parte tem em torno de 9 minutos.
1ª parte (entrevista)
http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok
2ª parte (entrevista, com depoimento de Nádia Battella Gotlib)
http://www.youtube.com/watch?v=TvLrJMGlnF4&mode=related&search=
3ª parte (depoimentos de Nádia Battella Gotlib, Olga Borelli e leituras de Maria Bethânia)
http://www.youtube.com/watch?v=ZVwj3pHAi_s&mode=related&search=
4ª parte (sobre “A hora da estrela”)
http://www.youtube.com/watch?v=ptCJzf20rbY&mode=related&search=
5ª parte (parte final da entrevista)
http://www.youtube.com/watch?v=TbZriv5THpA&mode=related&search=
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
GUIMARÃES ROSA SOBRE "MACUNCOZO"
“o macuncôzo é uma nota africana, respingada ali no fim. Uma contranota. Como tentativa de identificação (conscientemente, por ingênua, primitiva astúcia? Inconscientemente, por culminação de um sentimento de remorso?) com os pretos assassinados; fingindo não ser índio (onça) ou lutando para não ser onça (índio), numa contradição, perpassante, apenas, na desordem, dele, final, sobrinho-do-iauaretê emite aquele apelo negro, nigrífico, pseudonigrificante, solto e só, perdido na correnteza de estertor de suas últimas exclamações.”
(Trecho de carta de Guimarães Rosa enviada a Haroldo de Campos. Citado em “A linguagem do Iauaretê”, de Haroldo de Campos)
(Trecho de carta de Guimarães Rosa enviada a Haroldo de Campos. Citado em “A linguagem do Iauaretê”, de Haroldo de Campos)
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Bibliografia complementar sobre Guimarães Rosa (parte 2)
CAMPOS, Haroldo. “A linguagem do Iauaretê”. In: _______ Metalinguagem e outras metas – ensaios de teoria e crítica literária. 4ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1992.
GALVÃO, Walnice Nogueira. “Indianismo revisitado”. In: _______ Gatos de outro saco: ensaios críticos. São Paulo, Brasiliense, 1981, pp. 171-85.
SÁ, Lúcia. "O índio muda de voz: 'Gaspar Ilóm' e 'Meu tio o iauaretê". Texto acessível em http://tell.fll.purdue.edu/RLA-Archive/1992/Spanish-html/Sa,Lucia.htm Acessado em 25 de setembro de 2007 às 15h20.
“Shamanic image and social defense”. In: _______ Rain forest literatures – Amazonian texts and Latin American Culture. Minneapolis/ London: University of Minnesota Press, 2004, pp. 144-9.
VASCONCELOS, Sandra G. T. “Os Mundos de Rosa”. In: Revista USP, São Paulo, v. 36, p. 79-87, 1998.
GALVÃO, Walnice Nogueira. “Indianismo revisitado”. In: _______ Gatos de outro saco: ensaios críticos. São Paulo, Brasiliense, 1981, pp. 171-85.
SÁ, Lúcia. "O índio muda de voz: 'Gaspar Ilóm' e 'Meu tio o iauaretê". Texto acessível em http://tell.fll.purdue.edu/RLA-Archive/1992/Spanish-html/Sa,Lucia.htm Acessado em 25 de setembro de 2007 às 15h20.
“Shamanic image and social defense”. In: _______ Rain forest literatures – Amazonian texts and Latin American Culture. Minneapolis/ London: University of Minnesota Press, 2004, pp. 144-9.
VASCONCELOS, Sandra G. T. “Os Mundos de Rosa”. In: Revista USP, São Paulo, v. 36, p. 79-87, 1998.
domingo, 16 de setembro de 2007
Bibliografia complementar sobre Guimarães Rosa
COUTINHO, Eduardo de Faria. Guimarães Rosa – Fortuna Crítica. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1983.
GALVÃO, Walnice Nogueira. Mitológica rosiana. São Paulo: Ática, 1978.
Especialmente os capítulos “Do lado de cá”, sobre “A terceira margem do rio”, e
“O impossível retorno”, sobre “Meu tio o Iauaretê”.
_______“O rapsodo do sertão”. Cadernos de literatura brasileira 20/21 - Guimarães Rosa.
Instituto Moreira Salles, 2006.
PACHECO, Ana Paula. Lugar do mito – narrativa e processo social nas Primeiras
estórias de Guimarães Rosa. São Paulo: Nankin, 2006.
RÓNAI, Paulo. “Os vastos espaços”. Introdução a Primeiras estórias. Em: ROSA, João
Guimarães. Primeiras estórias, 11ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978,
pp. XX-XLVI.
“Apêndice – os prefácios de Tutaméia – As Estórias de Tutaméia”. Em:
João Guimarães Rosa, Tutaméia – Terceiras Estórias. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1967.
WISNIK, José Miguel. “A gaia ciência”. In: Pensamento brasileiro. Palermo/São Paulo,
I.L.A.-PALMA, 1995, p. 197-217.
SANT’ANNA, Nilce. O léxico de Guimarães Rosa. São Paulo: Edusp, 2001.
Civilização Brasileira, 1983.
GALVÃO, Walnice Nogueira. Mitológica rosiana. São Paulo: Ática, 1978.
Especialmente os capítulos “Do lado de cá”, sobre “A terceira margem do rio”, e
“O impossível retorno”, sobre “Meu tio o Iauaretê”.
_______“O rapsodo do sertão”. Cadernos de literatura brasileira 20/21 - Guimarães Rosa.
Instituto Moreira Salles, 2006.
PACHECO, Ana Paula. Lugar do mito – narrativa e processo social nas Primeiras
estórias de Guimarães Rosa. São Paulo: Nankin, 2006.
RÓNAI, Paulo. “Os vastos espaços”. Introdução a Primeiras estórias. Em: ROSA, João
Guimarães. Primeiras estórias, 11ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978,
pp. XX-XLVI.
“Apêndice – os prefácios de Tutaméia – As Estórias de Tutaméia”. Em:
João Guimarães Rosa, Tutaméia – Terceiras Estórias. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1967.
WISNIK, José Miguel. “A gaia ciência”. In: Pensamento brasileiro. Palermo/São Paulo,
I.L.A.-PALMA, 1995, p. 197-217.
SANT’ANNA, Nilce. O léxico de Guimarães Rosa. São Paulo: Edusp, 2001.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Link para o cronograma
Baixe o cronograma do curso em:
http://docs.google.com/Doc?id=dfdbh7kz_0c7h6dc
http://docs.google.com/Doc?id=dfdbh7kz_0c7h6dc
CRONOGRAMA
Obs.: As atividades de sábado serão confirmadas ao longo do curso
Modificações e alterações poderão ser feitas em função do andamento das aulas
11/09 – Apresentação do programa e questões iniciais
13/09 - GUIMARÃES ROSA – “A terceira margem do rio”
18/09 - GUIMARÃES ROSA – “Desenredo”, “Aletria e hermenêutica”, “Hipotrélico”
20/09 - GUIMARÃES ROSA – idem
25/09 - GUIMARÃES ROSA – “Meu tio o Iauaretê”
27/09 - GUIMARÃES ROSA - idem
02/10 - CLARICE LISPECTOR – “Amor”
04/10 - CLARICE LISPECTOR – “Feliz aniversário”
06/10 (sábado) – Atividade sobre Clarice Lispector
09/10 - CLARICE LISPECTOR – “Os desastres de Sofia”
11/10 - CLARICE LISPECTOR - idem
16/10 - JOÃO ANTONIO – “Paulinho perna torta”
18/10 – NELSON RODRIGUES – “O monstro”, “A dama do lotação”
23/10 - DALTON TREVISAN - “A noite da paixão”
25/10 - DALTON TREVISAN - “Capitu sou eu”
27/10 (sábado) – Atividade sobre Dalton Trevisan e Nelson Rodrigues
30/10 – RUBEM FONSECA - “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”
01/11 - RUBEM FONSECA – “Gazela”
06/11 – SÉRGIO SANT’ANNA - “O monstro”
08/11 - SÉRGIO SANT’ANNA - idem
13/11 – RADUAN NASSAR, “Menina a Caminho”
15/11 – feriado
20/11 – feriado
22/11– RADUAN NASSAR – Lavoura Arcaica
24/11 (sábado) –Atividade – Exibição do filme Lavoura Arcaica
27/11 – MURILO RUBIÃO – “O pirotécnico Zacarias”
29/11 – JOSÉ J. VEIGA – “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”
04/12 – MODESTO CARONE - “Resumo de Ana”
06/12 – MODESTO CARONE – idem
08/12 (sábado) – Conversa com o crítico Manuel Costa Pinto
11/12 – BERNARDO CARVALHO – “Aberração”
13/12 – CINTIA MOSCOVICH – “O telhado e o violonista”
15/12 (sábado) – Atividade a confirmar
18/12 – ANDRÉ SANT’ANNA – Sexo
20/12 – JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA – “Caçador de vidro” (1994)
Modificações e alterações poderão ser feitas em função do andamento das aulas
11/09 – Apresentação do programa e questões iniciais
13/09 - GUIMARÃES ROSA – “A terceira margem do rio”
18/09 - GUIMARÃES ROSA – “Desenredo”, “Aletria e hermenêutica”, “Hipotrélico”
20/09 - GUIMARÃES ROSA – idem
25/09 - GUIMARÃES ROSA – “Meu tio o Iauaretê”
27/09 - GUIMARÃES ROSA - idem
02/10 - CLARICE LISPECTOR – “Amor”
04/10 - CLARICE LISPECTOR – “Feliz aniversário”
06/10 (sábado) – Atividade sobre Clarice Lispector
09/10 - CLARICE LISPECTOR – “Os desastres de Sofia”
11/10 - CLARICE LISPECTOR - idem
16/10 - JOÃO ANTONIO – “Paulinho perna torta”
18/10 – NELSON RODRIGUES – “O monstro”, “A dama do lotação”
23/10 - DALTON TREVISAN - “A noite da paixão”
25/10 - DALTON TREVISAN - “Capitu sou eu”
27/10 (sábado) – Atividade sobre Dalton Trevisan e Nelson Rodrigues
30/10 – RUBEM FONSECA - “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”
01/11 - RUBEM FONSECA – “Gazela”
06/11 – SÉRGIO SANT’ANNA - “O monstro”
08/11 - SÉRGIO SANT’ANNA - idem
13/11 – RADUAN NASSAR, “Menina a Caminho”
15/11 – feriado
20/11 – feriado
22/11– RADUAN NASSAR – Lavoura Arcaica
24/11 (sábado) –Atividade – Exibição do filme Lavoura Arcaica
27/11 – MURILO RUBIÃO – “O pirotécnico Zacarias”
29/11 – JOSÉ J. VEIGA – “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”
04/12 – MODESTO CARONE - “Resumo de Ana”
06/12 – MODESTO CARONE – idem
08/12 (sábado) – Conversa com o crítico Manuel Costa Pinto
11/12 – BERNARDO CARVALHO – “Aberração”
13/12 – CINTIA MOSCOVICH – “O telhado e o violonista”
15/12 (sábado) – Atividade a confirmar
18/12 – ANDRÉ SANT’ANNA – Sexo
20/12 – JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA – “Caçador de vidro” (1994)
terça-feira, 11 de setembro de 2007
BEM-VINDOS
Este é o blog de apoio ao curso de Literatura Brasileira 2 (Panorama da prosa de ficção pós-1950), ministrado pelo prof. Hélio Guimarães na FFLCH-USP, no segundo semestre de 2007.
Aqui você encontrará material de apoio para as aulas, bibliografia complementar e avisos.
Sejam bem-vindos.
Aqui você encontrará material de apoio para as aulas, bibliografia complementar e avisos.
Sejam bem-vindos.
PROGRAMA DO CURSO
PROGRAMA DE LITERATURA BRASILEIRA II
PANORAMA DA PROSA DE FICÇÃO PÓS-1950
Prof. Hélio de Seixas Guimarães, DLCV/FFLCH/USP, 2° semestre de 2007
Descrição e objetivos
O curso oferece um panorama da ficção produzida no Brasil pós-1950 a partir da leitura, análise e interpretação de narrativas curtas, em especial contos e novelas de alguns autores expressivos do período, e também da leitura e discussão de textos críticos que procuram identificar as principais linhas de força da prosa contemporânea.
A produção ficcional será lida tendo em vista as transformações políticas e sociais do país, que compreendem os processos brutais de industrialização, urbanização e massificação da produção cultural verificados a partir da década de 1950 e os impactos do golpe de 1964 sobre a vida social, política e cultural. Com isso, o curso propõe refletir sobre o modo como a produção literária se insere e dialoga com esses processos, e sobre os sentidos e os papéis que a literatura tem nesse contexto. O florescimento das narrativas breves (contos, minicontos, novelas, romances curtos) também será pensado em relação com os novos padrões de fruição e consumo de ficção.
O curso divide-se em cinco blocos: 1) O cânone contemporâneo (Guimarães Rosa e Clarice Lispector); 2) Do malandro ao cafajeste e ao marginal: (anti-) heróis e violência (João Antônio, Nelson Rodrigues, Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, Sérgio Sant’Anna); 3) O fantástico (Murilo Rubião e J.J. Veiga); 4) Imigração e literatura (Samuel Rawet, Raduan Nassar, Milton Hatoum); 5) Algumas vozes recentes (Bernardo Carvalho, Cintia Moscovich, André Sant’Anna, João Anzanello Carrascoza).
Metodologia
Aulas expositivas; leitura e discussão de textos ficcionais. É fundamental ler os textos com antecedência e trazer cópia para as discussões em aula.
Avaliação
Resenha e trabalho final de aproveitamento.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Ficção
ANTONIO, João. “Paulinho Perna Torta”, in: ____________, Leão-de-chácara. São Paulo:
Cosac & Naify, 2002. pp. 83-156.
CARONE, Modesto. “Resumo de Ana”, in: _______________, Resumo de Ana. 1ª ed. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998. pp. 13-50.
CARRASCOZA, João Anzanello. “Caçador de vidro”, in: ___________, O volume do silêncio.
1ª ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2006. pp. 8-18.
FONSECA, Rubem. “Gazela”, in: _______________, Os prisioneiros. 4ª ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. pp. 61-69.
____________ “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”, in: _________. Feliz ano novo.
10ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. pp.
LISPECTOR, Clarice. “Amor”, “Feliz aniversário”, in: ______________, Laços de Família.
6ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. pp. 19-29.
_____________ “Os desastres de Sofia”, in: ____________, Felicidade Clandestina. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Rocco, 1998. pp. 98-116.
MOSCOVICH, C. “O telhado e o violonista”, in: Arquitetura do arco-íris. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2004. pp. 15-36.
NASSAR, Raduan. Lavoura arcaica. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
________ Menina a Caminho. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. pp. 7-66.
RODRIGUES, Nelson. “O monstro”, “A dama do lotação”, in: ________, A vida como ela é..
1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. pp. 96-106, 219-223.
ROSA, Guimarães. “Aletria e hermenêutica”, “Desenredo”, “Hipotrélico”, in: _____________,
Tutaméia (Terceiras Estórias). 8ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. pp. 72-75.
_________ “A terceira margem do rio”, in: ____________, Primeiras Estórias. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001. pp. 79-85.
_________ “Meu tio o Iauaretê”, in: ______________, Estas Estórias. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001. pp. 191-235.
RUBIÃO, Murilo. “O pirotécnico Zacarias”, in: ____________, O pirotécnico Zacarias. 8ª ed.
São Paulo: Ática, 1981. pp. 13-19.
SANT’ANNA, André. Sexo. 2ª ed. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001.
SANT’ANNA, Sérgio. “O monstro”, in: _____________, Contos e Novelas Reunidos. 1ª ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997. pp. 606- 640.
TREVISAN, Dalton. “A noite da paixão”, in: ______________, O vampiro de Curitiba. 27ª ed.
Rio de Janeiro: Record, 2004. pp. 99-107.
____________ “Capitu sou eu”, in: _____________, Capitu sou eu. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2003. pp. 7-18.
VEIGA, J. J., “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”, in: _____________,
Os cavalinhos de Platiplanto. 17ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988. pp. 11-35.
Crítica
ARÊAS, Vilma. “A ficção contemporânea no Brasil”, in: CALDAS, A. S. e col. (ed.), Atas
Simpósio “Brasil: 500 anos depois”. Santiago de Compostela: Universidade de
Santiago de Compostela, 2002.
BOSI, Alfredo. “Do inferno ao céu por um atalho da cultura popular”, in: ___________, Céu,
inferno. 2.ed. São Paulo: Duas Cidades, Ed. 34, 2003. pp. 33-50.
_______ “Situação e formas do conto brasileiro contemporâneo”, in: ___________ (org.),
O conto brasileiro contemporâneo. 14.ed. São Paulo: Cultrix, 2002. pp. 7-22.
________ “Os estudos literários na era dos extremos”, in: _____________, Literatura e
Resistência. 1.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. pp. 248-256.
CANDIDO, Antonio. “Literatura e Subdesenvolvimento”, “A nova narrativa”, in: ________________, A educação pela noite & outros ensaios. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática,
2000. pp. 140-162, 199-215.
CASTRO ROCHA, João Cezar de. “Dialética da Marginalidade”, Folha de S. Paulo
29/02/2004 ou (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2902200404.htm)
COSTA PINTO, M. “Panorama da prosa brasileira”. Texto publicado em Europe – revue
littéraire mensuelle, n. 919-920, nov.-dec. 2005. pp. 21-44.
SANTIAGO, Silviano. “Poder e Alegria – A Literatura Brasileira Pós-64 – Reflexões”, in: _________, Nas malhas da Letra. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. pp. 11-23.
Disponível em (http://acd.ufrj.br/pacc/literaria/poderealegria.html).
SCHWARZ, Roberto. “Cultura e Política, 1964-1969”, in: ________________, O pai de
família e outros estudos. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. pp. 61–92.
“Fim de século”, in: _________________, Seqüências brasileiras. 1.ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1999. pp. 155-162.
SÜSSEKIND, Flora. “Desterritorialização e forma literária. Literatura brasileira contemporânea
e experiência urbana”, in: Literatura e Sociedade / Depto. de Teoria Literária e
Literatura Comparada / FFLCH / USP – no. 1 (1996) – São Paulo: USP / FFLCH / DTLLC, 1996. pp. 60-81.
Bibliografia sobre autores e obras específicas será indicada ao longo do curso.
Horários de atendimento: 3ªs e 5ªs, das 12h às 13h30 (marcar horário pessoalmente e com antecedência).
PANORAMA DA PROSA DE FICÇÃO PÓS-1950
Prof. Hélio de Seixas Guimarães, DLCV/FFLCH/USP, 2° semestre de 2007
Descrição e objetivos
O curso oferece um panorama da ficção produzida no Brasil pós-1950 a partir da leitura, análise e interpretação de narrativas curtas, em especial contos e novelas de alguns autores expressivos do período, e também da leitura e discussão de textos críticos que procuram identificar as principais linhas de força da prosa contemporânea.
A produção ficcional será lida tendo em vista as transformações políticas e sociais do país, que compreendem os processos brutais de industrialização, urbanização e massificação da produção cultural verificados a partir da década de 1950 e os impactos do golpe de 1964 sobre a vida social, política e cultural. Com isso, o curso propõe refletir sobre o modo como a produção literária se insere e dialoga com esses processos, e sobre os sentidos e os papéis que a literatura tem nesse contexto. O florescimento das narrativas breves (contos, minicontos, novelas, romances curtos) também será pensado em relação com os novos padrões de fruição e consumo de ficção.
O curso divide-se em cinco blocos: 1) O cânone contemporâneo (Guimarães Rosa e Clarice Lispector); 2) Do malandro ao cafajeste e ao marginal: (anti-) heróis e violência (João Antônio, Nelson Rodrigues, Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, Sérgio Sant’Anna); 3) O fantástico (Murilo Rubião e J.J. Veiga); 4) Imigração e literatura (Samuel Rawet, Raduan Nassar, Milton Hatoum); 5) Algumas vozes recentes (Bernardo Carvalho, Cintia Moscovich, André Sant’Anna, João Anzanello Carrascoza).
Metodologia
Aulas expositivas; leitura e discussão de textos ficcionais. É fundamental ler os textos com antecedência e trazer cópia para as discussões em aula.
Avaliação
Resenha e trabalho final de aproveitamento.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Ficção
ANTONIO, João. “Paulinho Perna Torta”, in: ____________, Leão-de-chácara. São Paulo:
Cosac & Naify, 2002. pp. 83-156.
CARONE, Modesto. “Resumo de Ana”, in: _______________, Resumo de Ana. 1ª ed. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998. pp. 13-50.
CARRASCOZA, João Anzanello. “Caçador de vidro”, in: ___________, O volume do silêncio.
1ª ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2006. pp. 8-18.
FONSECA, Rubem. “Gazela”, in: _______________, Os prisioneiros. 4ª ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. pp. 61-69.
____________ “Passeio noturno I”, “Passeio noturno II”, in: _________. Feliz ano novo.
10ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. pp.
LISPECTOR, Clarice. “Amor”, “Feliz aniversário”, in: ______________, Laços de Família.
6ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. pp. 19-29.
_____________ “Os desastres de Sofia”, in: ____________, Felicidade Clandestina. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Rocco, 1998. pp. 98-116.
MOSCOVICH, C. “O telhado e o violonista”, in: Arquitetura do arco-íris. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2004. pp. 15-36.
NASSAR, Raduan. Lavoura arcaica. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
________ Menina a Caminho. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. pp. 7-66.
RODRIGUES, Nelson. “O monstro”, “A dama do lotação”, in: ________, A vida como ela é..
1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. pp. 96-106, 219-223.
ROSA, Guimarães. “Aletria e hermenêutica”, “Desenredo”, “Hipotrélico”, in: _____________,
Tutaméia (Terceiras Estórias). 8ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. pp. 72-75.
_________ “A terceira margem do rio”, in: ____________, Primeiras Estórias. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001. pp. 79-85.
_________ “Meu tio o Iauaretê”, in: ______________, Estas Estórias. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001. pp. 191-235.
RUBIÃO, Murilo. “O pirotécnico Zacarias”, in: ____________, O pirotécnico Zacarias. 8ª ed.
São Paulo: Ática, 1981. pp. 13-19.
SANT’ANNA, André. Sexo. 2ª ed. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001.
SANT’ANNA, Sérgio. “O monstro”, in: _____________, Contos e Novelas Reunidos. 1ª ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997. pp. 606- 640.
TREVISAN, Dalton. “A noite da paixão”, in: ______________, O vampiro de Curitiba. 27ª ed.
Rio de Janeiro: Record, 2004. pp. 99-107.
____________ “Capitu sou eu”, in: _____________, Capitu sou eu. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2003. pp. 7-18.
VEIGA, J. J., “A usina atrás do morro”, “Os cavalinhos de Platiplanto”, in: _____________,
Os cavalinhos de Platiplanto. 17ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988. pp. 11-35.
Crítica
ARÊAS, Vilma. “A ficção contemporânea no Brasil”, in: CALDAS, A. S. e col. (ed.), Atas
Simpósio “Brasil: 500 anos depois”. Santiago de Compostela: Universidade de
Santiago de Compostela, 2002.
BOSI, Alfredo. “Do inferno ao céu por um atalho da cultura popular”, in: ___________, Céu,
inferno. 2.ed. São Paulo: Duas Cidades, Ed. 34, 2003. pp. 33-50.
_______ “Situação e formas do conto brasileiro contemporâneo”, in: ___________ (org.),
O conto brasileiro contemporâneo. 14.ed. São Paulo: Cultrix, 2002. pp. 7-22.
________ “Os estudos literários na era dos extremos”, in: _____________, Literatura e
Resistência. 1.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. pp. 248-256.
CANDIDO, Antonio. “Literatura e Subdesenvolvimento”, “A nova narrativa”, in: ________________, A educação pela noite & outros ensaios. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática,
2000. pp. 140-162, 199-215.
CASTRO ROCHA, João Cezar de. “Dialética da Marginalidade”, Folha de S. Paulo
29/02/2004 ou (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2902200404.htm)
COSTA PINTO, M. “Panorama da prosa brasileira”. Texto publicado em Europe – revue
littéraire mensuelle, n. 919-920, nov.-dec. 2005. pp. 21-44.
SANTIAGO, Silviano. “Poder e Alegria – A Literatura Brasileira Pós-64 – Reflexões”, in: _________, Nas malhas da Letra. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. pp. 11-23.
Disponível em (http://acd.ufrj.br/pacc/literaria/poderealegria.html).
SCHWARZ, Roberto. “Cultura e Política, 1964-1969”, in: ________________, O pai de
família e outros estudos. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. pp. 61–92.
“Fim de século”, in: _________________, Seqüências brasileiras. 1.ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1999. pp. 155-162.
SÜSSEKIND, Flora. “Desterritorialização e forma literária. Literatura brasileira contemporânea
e experiência urbana”, in: Literatura e Sociedade / Depto. de Teoria Literária e
Literatura Comparada / FFLCH / USP – no. 1 (1996) – São Paulo: USP / FFLCH / DTLLC, 1996. pp. 60-81.
Bibliografia sobre autores e obras específicas será indicada ao longo do curso.
Horários de atendimento: 3ªs e 5ªs, das 12h às 13h30 (marcar horário pessoalmente e com antecedência).
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